top of page

Cookies & Sua História - Semana de Cookies Começando

  • Jane Lúcia M. S. Cabral
  • 22 de mai. de 2017
  • 4 min de leitura

Desde que fui apresentada às cookies, fiquei apaixonda por elas! Mas não as industrializadas, as caseiras, saindo do forno, com o chocolate derretendo... E o perfume que deixa na casa?!

Os biscoitos, na verdade, nasceram bem antes dos Estados Unidos. E você sabe qual é a diferença entre biscoito e cookie?

O cookie se diferencia de um biscoito comum justamente pelo seu interior macio, e massa mais semelhante à de um bolo do que à de um biscoito, propriamente dito, que é fininho e crocante. Segundo conta texto divulgado pelo Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de São Paulo (SIMABESP), o biscoito, em geral, data da idade da pedra, e surgiu de uma técnica utilizada pelos homens da caverna para facilitar a ingestão de grãos. Eles amassavam os grãos entre duas pedras e os misturavam com água levando ao fogo até obter uma pasta seca e dura.

No antigo Egito, os biscoitos também passaram a ser servidos doces (adoçados com mel) como presentes a amigos ou nobres. Aqueles que sabiam fazer biscoitos eram considerados escravos de luxo e altamente cobiçados. Tanto que chegavam a ser comprados, alugados por dias e até tomados à força.

Pão do viajante” :

Os antigos viajantes carregavam biscoitos consigo para alimentarem-se durante o trajeto, já que outros alimentos, como o pão, se deterioravam facilmente. Nessa época, tratavam-se apenas de pãezinhos que eram cozidos duas vezes. Daí veio o nome “biscoito”, composto de duas palavras do francês: “bis” – duas vezes – e “coctus”- “cozido”.

Chá com biscoitos

Os biscoitos se popularizaram na Europa no século XVII, sobretudo na Inglaterra, onde o produto era consumido com o chá. Com a colonização da América do Norte pelos ingleses, o biscoito chegou aos EUA, onde passou a chamar-se “cookie” e a impulsionar o setor industrial.

Massa de teste

Já, segundo o blog da KitchenAid, a palavra cookie deriva da expressão holandesa koekje, que significa “pequeno bolo”. Nada mais eram que pequenas porções de massa que eram utilizadas para testar a temperatura do forno antes de colocar o bolo inteiro para assar, minimizando os erros. Foram os britânicos que descobriram a bolachinha e acharam que combinaria com seu tradicional chá. Até o século XVIII, as receitas ainda eram publicadas nos livros de culinária como pequenos bolos, apesar de já serem muito populares na Europa há, pelo menos, quatro séculos.

Dizem que uma massa semelhante à dos cookies já era produzida na Pérsia do século VII, graças ao pioneirismo da região na produção de açúcar. Aos poucos, a “massa de teste” ganhou o paladar das pessoas e se espalhou pelo Velho Continente durante as conquistas muçulmanas da Espanha, chegando à Holanda, à Alemanha e à Inglaterra.

Ruth Wakefield

Já na América, os cookies chegaram com as colonizações britânicas e alemãs. Como o preço do açúcar era muito caro por aqui, eram poucos os que faziam os doces para consumir, mas, nos Estados Unidos, virou mania. Os americanos realmente adoram o fato de serem práticas e consomem mais de dois bilhões delas por ano, o que representa quase 300 cookies para cada cidadão, considerando que apenas 5% deles declararam não consumir biscoitos em casa. Dois estados americanos, Massachusetts e Pennsylvania, escolheram, ainda, a receita da Nestlé (Toll House, que está abaixo) como a oficial do estado. A relevância disso eu não sei. Pode ser uma forma de homenagear a criadora do sucesso, Ruth Wakefield, proprietária de um chalé na estrada entre Boston e New Bedford, chamado Toll House Inc, uma espécie de pousada, onde ela servia comida caseira para os hóspedes.

A fama foi crescendo e, um dia, Ruth recebeu uma barra de chocolate meio amargo Nestlé e adicionou à massa de seus cookies, esperando que fossem derreter. Após assada a massa, o chocolate manteve seu formato, mas ganhou uma textura cremosa e delicada, fazendo sucesso e ganhando uma página do jornal de Boston. As vendas do chocolate Nestlé decolaram nos EUA e a empresa se aproximou de Ruth, criando a receita oficial e criando um novo produto: as gotinhas de chocolate meio amargo, em 1939.

E para começar nossa semana especial de cookies, vou compartilhar a receita que deu origem a tudo. É bem simples de fazer, rende umas 20 cookies e é uma das primeiras receitas que fiz. Está no meu livro de receitas há muitos anos!

Você vai precisar de:

– 3/4 de xícara de açúcar

– 3/4 de xícara de açúcar mascavo

– 1 xícara de manteiga

– 1 colher de chá de essência de baunilha

– 2 ovos grandes

– 2 xícaras + 1/4 de farinha de trigo

– 1 colher de chá de bicarbonato de sódio

– 1 colher de chá de sal

– gotas de chocolate e nozes, se desejar.

Antes de tudo: Pré-aqueça o forno em 175 graus e cubra as formas com papel manteiga, se não tiver o tapete de silicone culinário.

Coloque os ingredientes acima listados numa batedeira, seguindo a ordem que estão, até o sal, batendo sempre. Os ovos devem ser colocados depois que a manteiga e os açúcares tiverem virado um creme, um por um, esperando que misture bem antes de adicionar o próximo. Quando a mistura estiver bem homogênea (vai ficar bem firme e difícil de bater), bata a massa na mão e adicione as gotas de chocolate e, se quiser, as nozes.

Deixe um bom espaço entre os cookies assentados na forma, pois se espalham bastante! Asse por, no máximo, dez minutos.

O ponto de assado, na verdade, fica a seu gosto. Por exemplo, meu marido gosta delas tão crocantes que quase queimam; minhas filhas e eu gostamos delas tão moles que ficam no forno por 8 minutos e meu marido diz que estão cruas!

Faça o teste e descubra qual seu ponto favorito!

Como sempre gosto de lembrar, quem não gosta de fazer, pode comprar. As cookies da Kimberly são perfeitas, cheias de técnicas dos muitos cursos que ela já fez e que são seus segredos profissionais. Estas, da foto, são feitas com macadâmia, cranberries e gotas de chocolate meio amargo - ficaram deliciosas! Ela tem uma semelhante na sua loja, vale a pena conferir.

Comments


bottom of page